quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Reflexão

Há um tempo para pensar o verdadeiro significado da vida, a nossa verdade face à vida, e, é inevitável que nesse exercício de pensar, surja também à mente o significado da nossa finitude, de "sermos seres para a morte".

Mergulhar bem fundo dentro de nós traz à tona todos os sonhos, os realizados, os que continuam sendo utopia e os que se perdem pelo caminho pelo inelutável querer daquilo a que muitos chamam, fado, destino, a vontade divina... mas não será todo o nosso existir uma sucessão de acasos, uns mais significativos que outros?

Poderá ser fácil erigir um sonho irrealizável? Penso que sim; basta que para isso, uma conjugação de forças, independentes da nossa vontade, se cruzem e se enlacem à volta desse objectivo, mas o contrário também é verdade; num ínfimo segundo podemos ver extinguir-se as nossas muralhas, os nossos anseios, a nossa própria vida e a dos que mais nos são queridos. Haverá coerência no nosso fado? Vivemos segundo o que a nossa mente arquitecta ou viajamos ao sabor de uma vontade maior que nos planeou ou vai planeando o trajecto?

Quantas vezes, mesmo sentindo que a nossa missão enquanto aqui permanecemos, se nos afigura válida e coerente, carregamos connosco esse sentimento de incompletude, pressentindo que ali mesmo, ao alcance de um golpe de asa, se encontra o verdadeiro sentido do existir ou a verdadeira afirmação da nossa natureza e competências? Como podemos dar um passo na sua direcção se essas imagens prometeicas que a nossa psique constrói mais parecem uma amalgama de pensamentos desconexos mascarados de tons de liberdade e autonomia, qual devaneio a que nos arraigamos como naufrago à sua tábua?

E onde está a resposta? na fé que porventura transportamos? ou, acreditando simplesmente, que pela nossa vontade e determinação, pelo poder do pensamento positivo, o caminho ser-nos-á inevitavelmente revelado?

Fernando Barnabé

2 comentários:

  1. Pois...
    Se descobrires as respostas para essas duvidas, faz o favor de me transmitir :-)

    Um bom ano para ti, meu amigo.

    Abracos

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  2. Pois é meu amigo...não são fáceis estas questões, mas vou tentar respondê-las com situações da minha experiência de vida, subjectivas pois claro.

    Um abraço amigo e um Bom Ano de 2010

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