domingo, 21 de março de 2010

Tenho medo...

Tenho medo que me faltem os abraços,
Que os dias passem iguais, sem sal, sem cor,
Tenho medo das sombras, dos meus passos,
De perder-me e perder o meu amor.

Tenho medo de mim por ser cativo
De um desejo maior que desconheço,
Tenho medo que Ele seja só castigo
E de mim não cuide se o mereço.

Ah! Se Tu me viesses consolar
Deste temor que carrego cada dia,
E a minha alma em Ti acreditar;

Que ter medo não é coisa fatal,
É sonho breve, instante de agonia,
Que acontece a quem é imortal!

Fernando Barnabé


5 comentários:

  1. "Que ter medo não é coisa fatal,
    É sonho breve, instante de agonia,
    Que acontece a quem é imortal!"

    Bom dia Fernando!

    Os medos são o reflexo da nossa consciência de que somos apenas humanos, com pouca capacidade de controle sobre as nossas vidas. Sentir medo é também reconhecer que por mais que desejemos algo, dependemos sempre da vontade de forças maiores que decidem sobre o nosso futuro.
    Se pensarmos bem neste facto, a nossa arrogância (um dos maiores defeitos do homem) cairia por terra, perante tão óbvio "handicapp".

    Abraços

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  2. Olá Francisco!
    Concordo plenamente contigo! E eu que pensava que não acreditavas em "forças maiores"...enganei-me!

    Abraços

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  3. Lindo seu poema.
    desculpe adentrar, sem pedir autorização, mas gostei do que li.

    Sonhadora

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  4. Olá!!!

    E precisa pedir autorização? :-)

    Adorei o seu texto "Silêncio"!!! Parabéns!!!

    FB

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  5. Que linda poesia!
    Minha "parte" imortal me consome de tanto medo, de não ter tempo, de não conseguir se realizar... e enfim se revelar.
    Saudações piscianas!

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